domingo, 19 de abril de 2015

Her


Me encontro numa fase em que toda a frase de amor parece fazer sentido, toda letra de música romântica parece ter se inspirado na minha própria vida. Danço se ouço I Will Always Love You ou Roberto CarlosComédias das mais piegas, com direito a beijos na chuva, frases prontas e finais felizes previsíveis, me fazem chorar litros. Agora rio das piores asneiras, leio qualquer livro de banca com algum título parvo e capa cliché. Acordo cedo, durmo tarde, aprecio arte, acho tudo muito bonito.

Quando ela disse que me amava, os tons de cinza do meu mundo eram recoloridos, tive a impressão certa, de que alguém, naquele preciso momento, reescrevia minha história, colocava-a como protagonista e imprimia nela todas as grandes características que um pequeno coadjuvante como eu podia sonhar em querer. "Todo apaixonado é idiota" dizem meus amigos, eu já o era antes, na verdade eles invejam a visita que a felicidade resolveu fazer quando bateu minha porta e pediu por hospedagem, indeterminada.

A verdade é que eu sou louco por ela e não consigo pensar em nada melhor do que estar com ela. Ela me conta seus segredos mais sórdidos de forma despreocupada mas não esnobe. É inteligente, adulta para sua idade e mesmo assim, ainda conserva um certo ar de donzela indefesa, ela discorda disso, obviamente, de braços e pernas cruzadas retira seus óculos e me oferece um olhar censurador (sabe que isso me excita), é audaciosa, se impõe e me obriga a engolir infeliz observação. Eu o faço, me reparo, sinto que a devo muito.

Sempre fui ao contrário, do avesso, torto, ela, quase perfeita. Diz sempre as coisas mais certas quando eu faço as mais erradas. Me entende, me defende. Eu sou complicado, nunca faço o melhor e mesmo assim me acho tão melhor. Ela nunca me condena e eu pergunto o porquê, ela diz que me ama. Parece que com todos os meus defeitos, incoerências, bipolaridades e infantilidades, ela realmente me escolheu. Simples assim!

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